a primeira encíclica de Bento XVI será publicada no próximo dia 25 de Janeiro, segundo anúncio do próprio Papa na audiência geral de hoje.
a primeira encíclica de Bento XVI será publicada no próximo dia 25 de Janeiro, segundo anúncio do próprio Papa na audiência geral de hoje. “No dia 25 de Janeiro será publicada a minha primeira encíclica”, afirmou, à margem da catequese preparada para o encontro com cerca de 8 mil peregrinos. Confirmando as indiscrições da imprensa, o Papa acrescentou que “o título, já conhecido, é ‘Deus Caritas est’, e fala do amor, também como condição da unidade dos cristãos e da paz no mundo”.
O texto “falará do conceito do amor nas diversas dimensões. ali surge a caridade cristã, como único movimento em diversas direcções”, referiu.
Segundo o Papa, o documento deveria ter saído no dia 8 de Dezembro, mas o atraso verificado fica a dever-se “a problemas de tradução”.
Para o Papa, é um “gesto da providência” que a sua primeira encíclica seja publicada no dia 25 de Janeiro, festa da Conversão de São Paulo e último dia da semana de oração pela unidade dos cristãos. Por isso mesmo, Bento XVI presidirá a uma celebração ecuménica na basílica de São Paulo fora de muros.
a sala de imprensa da Santa Sé já anunciou que o documento – publicado em italiano, francês, inglês, alemão, espanhol e português – será apresentado aos jornalistas no dia 25 de Janeiro, pelas 12h00 (menos uma em Lisboa).
Ideias chave da encíclica
Durante a audiência desta manhã, o Papa avançou as primeiras explicações sobre o seu novo documento. “Hoje, o amor parece estar muito longe do que a Igreja ensina, isto é, que se trata de um único movimento que tem diversas dimensões”, explicou.
“Deve ser um amor que renuncia a si, em favor do outro”, e deve exprimir-se “na Igreja, como acto organizativo: se é verdade que a Igreja é expressão de Deus, deve ser verdade que o amor se torna uma acto eclesial”, prosseguiu.
a caridade, disse ainda o Papa, “é o amor que renuncia a si mesmo, em favor do outro”, enquanto que o eros “se transforma em agape (caridade) se alguém procura o bem do outro, se se abre à própria família a toda a família humana”.
a reflexão sobre o eros, “”amor entre homem e mulher que tem a própria força da bondade do Criador”, e sobre o agape, “que não se busca a si próprio, suas alegrias e delícias, mas procura sobretudo o bem do outro”.
“Se é verdade que o amor é expressão da vida humana, é também um acto fundamental da fé que se torna um acto eclesial. Também a Igreja, como instituição, deve ser amor: caritas não no sentido de uma organização como outras organizações, mas como expressão necessária de um outro amor mais profundo, que Deus criou no nosso coração, e que nos torna imagens do amor de Deus”, declarou.
Octávio Carmo | Ecclesia