Se não forem adotadas medidas urgentes para combater o desastre económico provocado pela pandemia, mais 16 milhões de crianças cairão na pobreza até ao final do ano na América Latina e Caraíbas, alertam o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) e a organização não governamental Save The Children.
O aumento do índice de pobreza, cerca de 22 por cento em relação ao ano passado, pressupõe que quase metade dos menores da região (46 por cento) fará parte de agregados familiares que sobrevivem com escassos recursos, indicaram as organizações num comunicado conjunto.
“Este aumento assustador devolveria a América Latina a níveis similares aos de há 10 anos e reverteria significativamente os avanços na luta contra a pobreza infantil registados na maior parte da região durante o século XXI”, salientou Mónica Rubio, assessora de políticas sociais do UNICEF.
Os bebés da América Latina e Caraíbas sofrerão os efeitos económicos mais severos da epidemia, atrás de alguns países europeus e da Ásia Central, segundo um estudo baseado em projeções do Banco Mundial e do Fundo Monetário Internacional e em dados demográficos de uma centena de países. A crise irá acentuar as diferenças entre as famílias ricas e pobres.