Os dados mais recentes, divulgados pela organização Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB), contabilizaram já 331 indígenas mortos pela Covid-19 e mais de 7.000 casos confirmados da doença, entre pelo menos 103 povos indígenas. Estes números são superiores aos notificados pelas entidades oficiais, que contabilizam apenas os casos em áreas indígenas homologadas.
Tendo em conta que existem muitos indígenas em zonas urbanas, ou em terras ainda não demarcadas nem homologadas, a APIB decidiu fazer um levantamento independente dos dados, com recurso ao Comité Nacional de Vida e Memória Indígena, às organizações indígenas que integram o movimento e outras entidades envolvidas na luta contra a pandemia no Brasil.
“O acompanhamento da evolução do novo coronavírus entre as populações indígenas representa um grande desafio. Embora os números oficiais informem sobre a dinâmica de notificação, eles não refletem necessariamente a extensão da pandemia. Ademais, a falta de desagregação dos dados dificulta o reconhecimento das regiões e dos povos mais afetados. Outro problema grave é a ausência de dados sobre indígenas que vivem fora de Terras Indígenas homologadas, o que inclui tanto citadinos como populações que aguardam a finalização do longo processo de demarcação de suas terras”, alertam os dirigentes da APIB.