Entre 1 de janeiro de 2019 e 31 de janeiro de 2020, as Forças Democráticas Aliadas (ADF) cometeram pelo menos 397 violações de direitos humanos na República Democrática do Congo (RDC), que provocaram a morte a 1.154 pessoas, entre elas 235 mulheres e 166 crianças, revela o mais recente relatório da Oficina Conjunta de Direitos Humanos das Nações Unidas (UNJHRO, na sigla em inglês).
As infrações documentadas incluem violações do direito à vida, à integridade física, liberdade e segurança da pessoa e dos direitos de propriedade, assim como do direito internacional humanitário, com o recrutamento de crianças, trabalho forçado e o ataque a hospitais e a uma escola. Além dos crimes atribuídos à ADF, foram identificadas violações praticadas também pelas forças armadas da RDC e por elementos da polícia nacional.
“Apesar dos riscos para a saúde e segurança associados com a epidemia de ébola no território de Beni e as operações militares em grande escala desde outubro de 2019, a UNJHRO pode documentar numerosas violações dos direitos humanos cometidos pela ADF contra a população civil, através de missões de investigação no terreno e a colaboração com os parceiros locais”, refere o relatório, citado pela agência Fides.
O Centro de Estudos para a Promoção da Democracia, a Paz e os Direitos Humanos (CEPADHO) congratulou-se com a publicação do documento, mas lamentou o facto das agências da ONU terem classificado os crimes identificados como crimes de guerra e contra a humanidade. “Seria melhor que tivessem qualificado estas ações como terrorismo, para que todos os Estados do mundo se mobilizassem para pôr fim às atividades da ADF através de intervenções militares e judiciais”, reclamaram os dirigentes da organização congolesa.