O encerramento das fronteiras terrestres na Guiné-Bissau, em consequência da atual pandemia, acabou por atrasar a entrega de uma descascadora de arroz, mas o equipamento encontra-se agora prestes a fazer-se ao caminho, desde o Senegal até à aldeia guineense de Enem. Ao mesmo tempo, a suspensão dos transportes marítimos atrasou a chegada do material de construção ao arquipélago dos Bijagós para edificação de um modesto telheiro que abrigará a descascadora, mas que já se encontra quase concluído.

Enem está assim prestes a tornar-se na oitava aldeia na Guiné-Bissau a receber uma descascadora de arroz, no âmbito de um projeto que pretende contribuir para que as raparigas guineenses consigam ter tempo para estudar e para atidades de lazer. Os dinamizadores deste projeto designam as descascadoras de arroz como “máquinas de fazer tempo”, e especificam: “Tempo para as meninas estudarem, tempo para brincarem, tempo para poderem ser crianças, como todas as outras”.

O projeto é promovido pela ‘Afetos com letras’, uma Organização Não Governamental para o Desenvolvimento (ONGD) portuguesa, que está presente na Guiné-Bissau, onde tem “desenvolvido diversos projetos na área da educação, da saúde e da formação”. “Esta pandemia tem-nos privado de muitas coisas, mas não nos tirou, por nenhum instante, a vontade de concretizar o sonho de dar mais qualidade de vida às meninas guineenses”, lê-se numa nota da organização nacional.