O ministro alemão do Interior, Horst Seehofer, anunciou esta sexta-feira, 11 de setembro, que 10 países da União Europeia se disponibilizaram para acolher cerca de 400 migrantes menores desacompanhados, retirados da ilha grega de Lesbos após os incêndios que destruíram o campo de refugiados de Moria.
Segundo o governante, a Alemanha e a França irão receber entre 100 a 150 crianças cada um, estando em curso negociações com os restantes parceiros europeus para especificar a distribuição dos restantes menores.
O acampamento de refugiados de Moria, o maior da Europa e aquele que tinha piores condições, já que albergava cerca de quatro vezes mais pessoas do que a sua capacidade, sofreu vários incêndios na quarta-feira, 9 de setembro, após confrontos entre os migrantes e as autoridades gregas. As chamas foram detetadas depois de ter sido anunciado que 35 pessoas do campo tinham obtido resultado positivo no teste para deteção da infeção da Covid-19 e que iriam ser transferidas para uma área especial de isolamento.
A Alemanha já acolhe uma média de 300 refugiados por dia – que chegam pelos Balcãs ou outras rotas, ao abrigo das regras de reunificação familiar ou por outras circunstâncias – e entende que os parceiros europeus devem fazer mais para a realocação dos refugiados que estão nos acampamentos gregos.
“A Alemanha cumpre a sua responsabilidade. Mas não podemos ficar satisfeitos com a política de migração europeia. Na realidade, essa política não existe atualmente”, disse por sua vez a chanceler alemã, Angela Merkel, prometendo trabalhar, durante a atual presidência alemã da União Europeia, para conseguir “avanços nessa matéria”.
Em declarações à agência Lusa, a secretária de Estado para a Integração e as Migrações, Cláudia Pereira, disse que Portugal está preparado para receber ainda este mês 28 menores vindos da ilha de Lesbos e outras localidades gregas, que serão distribuídos por diferentes cidades do país.