A recolha de assinaturas de apoio ao movimento contra a devastação da floresta na Guiné-Bissau já está a correr na internet e, nos próximos dias, vai ser enviado um pedido ao Presidente Umaro Sissoco Embaló, para vetar a decisão do governo de autorizar a retoma do abate de árvores para madeira.
O movimento quer que Umaro Sissoco Embaló “diga não ao governo” na sua decisão de admitir o corte de árvores na floresta guineense, uma ação que classifica como um “crime ambiental”. “O povo guineense já está a sentir as consequências desses atos criminosos, ventos e chuvas derrubam casas todos os anos, a temperatura do ambiente aumenta a cada mês”, disse à agência Lusa o porta-voz deste grupo de cidadãos.
Em 2012, Carlos Uissa e outros guineenses criaram o movimento contra a devastação da floresta e na altura conseguiram que o então governo aprovasse uma moratória contra o abate de árvores, que durou cinco anos. O ativista refere que embora o corte de árvores não tenha parado totalmente “seria muito grave” voltar a admitir que a floresta guineense seja atacada.
“Apelamos aos jovens nas suas comunidades para que vigiem a floresta, para que denunciem qualquer tentativa de cortar as árvores. Já nos abandonaram, já comeram tudo o que é do povo, agora querem devastar a floresta que é o nosso último sustento de verdade”, sublinha Uissa.
A intenção do movimento é que o assunto seja levado ao parlamento para um debate e depois seja lançada uma campanha de reflorestação nacional “para remediar o que se devastou” entre 2012 e 2014. “Na altura, a cada hora chegavam ao porto de Bissau (para exportação) sete contentores de 20 pés, levando lá dentro 90 toros de madeira”, recorda o ativista, frisando que o movimento vai fazer “o que for preciso” para travar as pretensões do governo.