As ofensivas dos grupos armados registadas na província de Manica, na região centro de Moçambique, estão a preocupar as organizações não governamentais que trabalham naquela zona do país, estando mesmo a ser avaliada a hipótese de suspensão das atividades por várias destas ONG por questões de segurança.
“Temos feito assistência técnica, transporte de medicamentos e de amostra de carga viral das unidades sanitárias para o laboratório do hospital provincial de Chimoio. De certa forma, essas atividades têm sido impactadas pela situação que se vive atualmente. Às vezes até somos impedidos de ir a Machaze e Mossurize. Estamos realmente a ter dificuldades de fazer este apoio técnico aos distritos”, lamentou Manuel Napua, da Abt Associates, uma organização que presta assistência a pessoas com HIV.
Com as atividades condicionadas por ataques alegadamente perpetrados pela autoproclamada “Junta Militar” da Resistência Nacional Moçambicana (RENAMO), da oposição, os representantes de mais de 30 ONG reuniram-se em Manica para debater o assunto e esperam reunir-se em breve com o governo provincial para abordar a situação de insegurança.
Entretanto, as autoridades policiais garantem estar a trabalhar para pôr um travão aos ataques, através do reforço do patrulhamento. “Há certos postos fixos que estão ao longo do distrito, não só ao longo da estrada, também como bairros circunvizinhos, com vista a identificar, neutralizar e responsabilizar criminalmente os infratores pelos seus atos. Para a eficácia dessa atividade, contamos com o apoio da sociedade em geral no que tange às denúncias”, afirmou Mateus Mindú, porta-voz da polícia em Manica, em declarações às agências internacionais.