O ressurgimento da peste bubónica na província oriental do Ituri, na República Democrática Congo, está a preocupar o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF). Nos últimos 12 meses, o país africano registou cerca de 500 casos desta doença centenária, que causou 20 mortes no país.
Um trabalho de investigação levado a cabo pelo UNICEF em “três áreas sanitárias do Ituri”, vem mostrar que as “crianças estão em risco de contrair a peste que reaparece pela primeira vez em mais de uma década”, alertam os serviços de comunicação das Nações Unidas, adiantando que a doença é de “fácil tratamento com antibióticos”, mas regressa perante um “contexto de pobreza”, onde existem “famílias mais pobres, sem dinheiro para comprar mosquiteiros”.
As Nações Unidas explicam que a doença é “transmitida em zonas rurais por pulgas carregadas por ratos selvagens em busca de comida nas aldeias”. As pulgas “infetam animais domésticos e gados antes que a doença seja eventualmente transmitida aos humanos através de picada”, refere a ONU. Numa tentativa de combater o problema, o UNICEF “conta apoiar comunidades afetadas através de uma campanha de erradicação de ratos e pulgas, vetores de transmissão”.
A campanha “inclui a construção de casas mais resistentes aos roedores e insetos perigosos e inclui fornecimento de camas feitas de material local para crianças”, de forma a impedir que as crianças durmam no chão, onde estão mais expostas à picada de pulgas. Pretende-se ainda que chefes de família e agricultores de subsistência consigam viver num ambiente seguro, distantes dos alimentos e do gado.
De acordo com Izzy Scott Moncrieff, supervisora de campo da Célula Analítica de Ciências Sociais do UNICEF, “é preocupante o aparecimento de casos em áreas onde não foram registados há mais de 15 anos”. A responsável considera que possam existir “muitos mais casos em áreas com poucas ou quaisquer notificações”.