O Dia Internacional para a Abolição da Escravatura é assinalado esta quinta-feira, 2 de dezembro. Dados do Fundo das Nações Unidas para Infância (UNICEF) e da Organização Internacional do Trabalho (OIT) mostram que “quase 80 milhões de crianças entre os cinco e os 17 anos foram submetidas a trabalhos perigosos, considerados uma forma contemporânea de escravidão”.
Para as duas agências, este elevado número de crianças envolvidas em trabalho escravo “é o resultado da recessão económica e do encerramento de escolas, durante a pandemia”. Além desta situação, verifica-se um “aumento no recrutamento forçado de crianças por grupos armados e criminosos”.
A propósito desta situação, António Guterres, secretário-geral da ONU, afirma que “submeter pessoas a trabalhos escravos é crime e viola os direitos humanos”. Segundo o responsável, devido à pandemia, é preciso ficar mais vigilante perante este crime, que muitas vezes “se esconde à vista de todos”. De acordo com o secretário-geral das Nações Unidas, “atualmente existem mais de 40 milhões de vítimas da escravatura”. Entre as vítimas, “uma em cada quatro são crianças e três em cada quatro são mulheres e meninas”. Segundo o Escritório de Direitos Humanos das Nações Unidas, “uma em cada 130 mulheres e meninas é submetida a casamento infantil e forçado, servidão doméstica, trabalho forçado e servidão por dívidas”.