A Missa Exequial de José Afonso, irmão Missionário da Consolata, teve lugar na tarde desta quinta-feira, dia 31, na capela pública do antigo Seminário da Consolata, em Fátima. A presidir à Eucaristia esteve Bernard Obiero, sacerdote e conselheiro da Região Europa dos Missionários da Consolata, que recordou o testemunho que o irmão deixou na sua vida, e na vida de tantas pessoas.
“Nestes dias, recebemos muitas mensagens e testemunhos, de muitos que conheceram e trabalharam com o irmão, produzindo muitos objetos religiosos com o amor e dedicação. Muitos recordaram o seu sorriso e olhar sereno. Os meus colegas missionários, e os familiares, aqui presentes também podem testemunhar isso. Lembro-me de que quando cheguei a Portugal, quase no final do ano 2012, fui a Fátima e o irmão Afonso chamou-me, mostrou-me a fábrica onde trabalhava, ofereceu-me uma imagem de Nossa Senhora de Fátima, e disse-me – ‘Bem-vindo a Portugal!’ – Essa imagem está hoje na minha casa, no Quénia”, lembrou Bernard.
O sacerdote salientou depois que o irmão Afonso “praticou muitas boas obras no seu silêncio”, uma característica que foi ao encontro das palavras do beato José Allamano – “O bem dever ser bem feito e sem barulho”. Bernard concluiu a homilia, manifestando gratidão por todo o testemunho deixado pelo irmão Afonso. “Agradecemos ao Senhor pelo nosso irmão, um verdadeiro irmão missionário, fiel no seu trabalho. Tal como São José, o carpinteiro, o nosso irmão José Afonso, carpinteiro, viveu uma vida humilde, silenciosa e laboriosa. Até já caro irmão!”
Em missão em Moçambique
A propósito do falecimento do religioso, os Missionários da Consolata recordam que este nasceu na aldeia de Rebolosa, no Sabugal, e tinha 65 anos de profissão religiosa como missionário da Consolata. Entre 1960 e 1973 o missionário esteve em diversos pontos de Moçambique, tendo trabalhado nas missões do Niassa, de Cóbue, de Mepanhira e de Funhalouro. A maior parte do seu tempo foi vivido na Missão de Nova Mambone, “ocupando-se da direção das Salinas, uma grande empresa do Instituto da Consolata em Moçambique, iniciada pelo padre Amadeo Marchiol”.
Em trabalho como o “carpinteiro de Nazaré”
O missionário regressou a território português a 17 de dezembro de 1973, onde permaneceu até ao dia do seu falecimento, “trabalhando, sobretudo, em Fátima numa oficina de objetos religiosos”, onde “fazia também peças e objetos de carpintaria”, sempre “num silêncio operante, como o carpinteiro de Nazaré”.
O irmão Afonso “fez muitos milhares de imagens de Nossa Senhora de Fátima e muitos outros objetos religiosos, hoje presentes nos altares de muitas igrejas e missões, e levados também para todo o mundo pelos missionários e peregrinos de Fátima”, destacam os Missionários da Consolata. O irmão Afonso faleceu na última terça-feira, 29 de março, aos 85 anos de idade, “após doença prolongada”, lê-se numa nota da congregação religiosa. Após a Eucaristia, o cortejo fúnebre seguiu para o cemitério de Fátima, onde o corpo do irmão Afonso foi sepultado.