Na abside da Basílica Vaticana, em Roma (Itália), sobre a Cátedra de São Pedro, iluminada por raios de luz ténue, há um grande vitral. É o único colorido do edifício, feito de alabastro, e mostra uma pomba com as asas abertas. Ao contemplá-lo é-me natural pensar quem, de facto, é a Igreja: um povo iluminado pelo Espírito à escuta da Palavra.
O sínodo em curso, no final da fase diocesana, recorda-nos a necessidade de saber escutar todos. Escutar os ‘sinais dos tempos’, a voz do Espírito na Escritura e através dos acontecimentos de cada pessoa, especialmente dos mais pobres e desprotegidos. Escutar o ‘sensus fidei’, o aperceber-se da vontade de Deus própria dos batizados iluminados pelo Espírito Santo. O Papa Francisco não se senta na Cátedra de São Pedro, na glória de Bernini, mas iluminado pelo Espírito, o saber escutar tem sido central no seu magistério.
O escutar é também importante nas nossas relações, nas famílias, pois gera a verdadeira comunhão. Estamos em maio, confiemo-nos à Nossa Mãe Querida e ‘mulher da escuta’, para que nos alcance tão grande dom.