O drama das pessoas sem-abrigo é um problema que precisa de solução. Com o propósito de apoiar esta população, o grupo Solidários Missionários da Consolata, do Porto, aproxima-se destas pessoas, e procura fazer-lhes companhia e satisfazer as suas necessidades. “A ajuda que prestamos insere-se na ajuda alimentar. Também levamos cobertores e algum conforto espiritual. A nossa ajuda não é desarticulada. Estamos inseridos no Núcleo de Planeamento e Intervenção para pessoas em situação de Sem-Abrigo (NPISA), gerido pela Câmara Municipal do Porto”, explica Filipe Pereira, responsável pelo grupo.
Depois dos efeitos da pandemia, e com a atual guerra na Europa, a inflação e a subida das taxas de juro, as ruas manifestam o modo como estas circunstâncias afetam a vida das pessoas. “Têm aumentado bastante os casos que recorrem à ajuda que prestamos. Alguns casos tratam-se de famílias carenciadas, que não conseguem ‘esticar’ o dinheiro até ao fim do mês e que recorrem a esta solução para garantir que conseguem o conforto de um estômago ‘menos queixoso’. Olhando ao nosso lado, os gastos não param de disparar. Não podemos usar plásticos para servir refeições e o combustível não para de subir”.
Segundo o responsável, o “maior desafio” é fazer com que as pessoas sem-abrigo não voltem às ruas. “Muitas são as vezes que vemos que algum deles saiu da rua, mas ficamos muito tristes quando passado um tempo os voltamos a ver. Alguns por problemas mentais, outros devido ao álcool ou droga. Estes são os três problemas mais complicados”, apontou Filipe, adiantando que o apoio aos sem-abrigo é prestado “todas as semanas, aos domingos, abrangendo três paragens”, onde se dá alimentação a “cerca de 90 pessoas”.
Os Solidários são um grupo católico, inspirado no carisma do Instituto Missionário da Consolata (IMC), que se aproxima das pessoas mais necessitadas da sociedade, desde setembro de 2005. O grupo tem 33 elementos ativos, e colaboram ainda com o movimento 27 voluntários. Devido à pandemia, algumas das ações do grupo foram suspensas, mas prevê-se que em 2023 o movimento regresse a lares, hospitais e estabelecimentos prisionais. O movimento também dinamiza momentos de reflexão e oração, e conta com apoio de diversas pessoas, cujas ofertas ajudam a “ultrapassar as dificuldades” associadas às despesas que estas atividades envolvem.