Este ano, abril inicia quase logo com a Semana Santa, em que celebramos os mistérios centrais da nossa fé: a paixão, morte e ressurreição do Senhor. A Páscoa é o grande sinal revelador do amor misericordioso de Deus que entrega o seu Filho nas nossas mãos de pecadores. São estas mesmas mãos indignas que, do mesmo modo, são convidadas a praticar sinais de amor. O Papa Francisco, como os Papas a ele precedentes, têm vivido e testemunhado a celebração da Páscoa com sinais eloquentes do amor de Deus. Refiro-me às visitas feitas às prisões italianas na quinta-feira santa, lavando e beijando carinhosamente os pés de reclusos, sinal da humildade e do amor de Deus, do qual o nosso fica tão aquém.
Páscoa é vida nova. Vida que parte desde a Ressurreição de Jesus. Vida que vence a morte e nos revela as vidas mortificadas de tantos irmãos e irmãs vítimas da violência, fome, doença, abandono, discriminação e que esperam, também eles, a ressurreição. Entre eles não posso deixar de recordar os indígenas yanomami do Brasil, que recentemente têm passado por tanta violência e dor. Que estas mãos que recebem o Senhor para morrer, sejam as mesmas mãos convertidas que o entregam vivo e se comprometem pela vida. Desde Roma, feliz Páscoa a todos vós.