Todos os dias, milhões de pessoas em todo o mundo recorrem à internet para consultar o Google Maps, e assim poderem ver mapas, visualizar ruas, obter direções, planear viagens, encontrar locais de interesse e muito mais. Contribuir para o Google Maps está ao alcance de qualquer pessoa, uma vez que é possível aos utilizadores adicionar avaliações, fotos, informações sobre estabelecimentos comerciais e mostrar novos lugares. No entanto, algumas das contribuições podem passar por revisão, de forma a garantir a sua precisão.
Luís Carlos Antunes de Almeida é uma das pessoas que contribui para este serviço. Há uns anos começou a adicionar os seus registos, e atualmente tem mais de dois milhões de visualizações das suas fotografias no Google Maps. Luís Almeida é filho e neto de emigrantes. Nasceu na Venezuela. A sua família é originária da Maxieira, uma localidade da freguesia de Fátima. Com formação na área da Economia, Luís reside em Badajoz, Espanha, e visita Portugal com regularidade. “Sou um aficionado da fotografia. Por onde passo, a câmara vai comigo. Tenho o prazer de transmitir aos outros aquilo que a mim me chama a atenção. A minha ligação à Cova da Iria é familiar desde sempre”, explicou em declarações à FÁTIMA MISSIONÁRIA.
A captura das fotos obriga ao movimento. “Não é de carro que a gente vê, tem de se andar a pé, e eu ando muito a pé”, esclarece. Enquanto caminha, o passado está sempre presente. “Ligo muito ao passado. Eu olho para umas ruínas de um moinho e tento visualizar o esforço, o suor, as lágrimas, talvez algo de sangue, que as pessoas que ali estiveram a usar o moinho na sua atividade de fazer o pão possam ter tido. Eu respeito muito isso”, afirma.
Luís tem registos de diversas regiões de Espanha e de Portugal. Apesar de ter disponíveis online um conjunto de imagens de regiões muito distintas, as da Cova da Iria tornaram-se especialmente populares. “Fátima é conhecida em todas as partes do mundo. As pessoas gostam que se lhes faça chegar algo do santuário”. Os registos fotográficos estão muito longe de se restringirem apenas ao santuário. Também foram alvo da objetiva o Santuário de Nossa Senhora da Ortiga, o Calvário Húngaro, a Serra de Aire e diversas localidades de Fátima.
Atenção ao detalhe
Na Cova da Iria, como em tantas partes do mundo, muito do que se pode observar não é fruto do acaso, mas o resultado de um trabalho pensado ao pormenor. Luís Almeida faz questão de revelar isso mesmo através dos seus trabalhos. “Pouca gente sabe, mas os candeeiros que estão nas colunatas do santuário constituem um terço. Cada candeeiro tem a forma de um pentágono, e cada um dos cinco vértices tem uma dezena. Há cinco mistérios no total”, demonstra fazendo de seguida referência a uma outra curiosidade. “O altar, o ambão e os castiçais que estão presentes na capela no Calvário Húngaro são feitos com armas da Segunda Guerra Mundial, cujo metal foi fundido para dar origem àquelas peças. Ao bater naqueles materiais é emitido o som de um autêntico sino. Tudo tem um simbolismo”, destaca.
“Caminhos da alma”
Parte do trabalho de Luís vai poder ser conhecido na sua primeira exposição, que vai inaugurar no Consolata Museu, em Fátima. Exatamente no mês em que tantos peregrinos rumam à Cova da Iria, será possível conhecer no museu dos Missionários da Consolata a exposição “Caminhos da alma”. A mostra é constituída com cerca de 50 fotos com a respetiva legenda, de forma a ajudar à compreensão do contexto em que a imagem foi captada. “As fotografias têm uma componente de composição, e algumas vão estar editadas no sentido de pôr em evidência aquilo que eu considero que é mais importante na foto”. A mostra poderá ser visitada de 1 de maio a 10 de junho.