Com o objetivo de “aumentar a assistência humanitária às comunidades afetadas pelas devastadoras inundações no Rio Grande do Sul, no Brasil”, a Federação Internacional das Sociedades da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho (FICV) lançou um “apelo de emergência de cerca de 8 milhões de euros”, anunciou a Cruz Vermelha Portuguesa (CVP), na última quarta-feira, 22 de maio.
Os serviços de comunicação deste movimento humanitário em Portugal recordam que estas inundações, “sem precedentes, afetaram dois milhões de pessoas nas zonas rurais e urbanas, enquanto o número de pessoas deslocadas ultrapassou os 620 mil, com mais de 81 mil alojados em escolas, ginásios e outros abrigos temporários”, sendo que “estes números podem aumentar, tendo em conta que os danos ainda estão a ser avaliados em algumas áreas remotas ou isoladas”.
Além disso, este Estado brasileiro “está novamente em alerta, com o risco das águas subirem para níveis recordes na capital, em Porto Alegre”, onde “mais de 80 por cento dos moradores não têm água canalizada”, e onde “cinco das seis estações de tratamento de água da cidade não estão a funcionar e as autoridades locais decretaram que a água seja usada, exclusivamente, para consumo essencial”.
Através deste apelo de emergência, a rede global da Federação Internacional das Sociedades da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho pretende apoiar, “durante os próximos 12 meses, 25 mil pessoas que perderam as suas casas e necessitam urgentemente de assistência, especialmente famílias monoparentais de crianças com idades inferiores a cinco anos, idosos e pessoas com deficiência”.
Segundo Daniel Bolanos, chefe da Delegação do Cone Sul da FICV, cuidar da saúde das vítimas é uma das prioridades. “No imediato, vamos concentrar-nos no cuidado da saúde física e mental das pessoas mais vulneráveis, garantindo-lhes o acesso à água – incluindo informação e meios para realizar a desinfeção doméstica da água e distribuindo artigos de limpeza e higiene, cobertores, lâmpadas solares e aconselhamento sobre prevenção de doenças.” “A recuperação das cheias levará, pelo menos, um ano e a Cruz Vermelha está pronta para coordenar, com as próprias comunidades afetadas, o que precisa de ter prioridade e quais as formas de lidar com isso ao longo do tempo”, acrescentou Daniel Bolanos.