Jornadas Missionárias vão decorrer dias 21 e 22 de setembro, e vão ser especialmente dedicadas à oração | Imagem: Obras Missionárias Pontifícias - Portugal

Uma nova edição das Jornadas Missionárias inicia este sábado, 21 de setembro, e estende-se até ao dia seguinte, 22, no anfiteatro das Irmãs Concepcionistas ao Serviço dos Pobres, em Fátima. Num ano dedicado à oração, em preparação para o Jubileu de 2025, as jornadas serão sobre “a oração dos discípulos missionários de Jesus”.

A oração é o sustentáculo do discípulo missionário. Sem oração, a vida cristã não se aguenta. Porém, nem sempre sabemos rezar, ou rezar como precisamos. Em geral, na catequese aprendemos a doutrina cristã, mas não a rezar – a escutar e a criar intimidade com o nosso Mestre e Senhor. Nas nossas paróquias há muitas e meritórias atividades litúrgicas, caritativas e outras, mas raramente uma escola ou um grupo de oração, e sem oração verdadeira, muito do que fazemos perde a alma e o sentido.

Para aprender a orar, precisamos de ir à escola de Jesus. Os métodos podem ajudar-nos a estar com Ele e, se possível, a gostar da Sua presença. Todos precisamos de aprender a rezar ao ritmo da vida que nos é dado viver, das situações e estados de ânimo por que passamos. Como os discípulos de Jesus, precisamos de Lhe pedir: “Senhor, ensina-nos a rezar, tal como João ensinou os seus discípulos” (Lc 11, 1). Em resposta a este pedido, Jesus ensinou-lhes o Pai Nosso (Lc 11, 2-4; Mt 6, 9-13), que supõe e implica uma relação filial e amorosa com Deus Pai.

O Catecismo da Igreja Católica fala de cinco formas de oração cristã: a oração de bênção e adoração, a oração de petição, de intercessão, de ação de graças e de louvor. O Papa Francisco realça a dimensão missionária da oração de intercessão, que nos leva a abraçar as necessidades e anseios da humanidade e a fazer o que está ao nosso alcance para melhorar a sua sorte – “Há uma forma de oração que nos incentiva particularmente a gastarmo-nos na evangelização e nos motiva a procurar o bem dos outros: é a intercessão” – escreve o Santo Padre na exortação apostólica ‘Evangelii Gaudium’.

A oração é o princípio da missão. A missão nasce do encontro com Jesus e nele se alimenta. A oração precede a ação. Numa mensagem dirigida às Obras Missionárias Pontifícias, em 2018, o Papa disse – “A oração é a primeira ‘obra missionária’ – a primeira –, que cada cristão pode e deve fazer, é também a mais eficaz, mesmo que isso não possa ser medido. De facto, o agente principal da evangelização é o Espírito Santo, e nós somos chamados a colaborar com Ele”.

Todo o verdadeiro encontro com Deus impele-nos para a missão. Na exortação apostólica ‘Evangelii Gaudium’, o Papa Francisco explica o porquê – “Quando um evangelizador sai da oração, o seu coração tornou-se mais generoso, libertou-se da consciência isolada e está ansioso por fazer o bem e partilhar a vida com os outros”. Na sua mensagem para o Dia Mundial das Missões a celebrar no próximo dia 20 de outubro, o Pontífice, depois de “convidar a todos para intensificarem também, e sobretudo, a participação na Missa e a oração pela missão evangelizadora da Igreja”, diz que “a oração quotidiana e, de modo particular a Eucaristia, fazem de nós peregrinos–missionários da esperança, a caminho da vida sem fim em Deus, do banquete nupcial preparado por Deus para todos os seus filhos”.

José Rebelo, Diretor Nacional das OMP
Texto Conjunto Missão Press