Representação dos Mártires de Damasco, José Allamano, Elena Guerra e Marie-Léonie Paradis | Imagem: DR

A Eucaristia que o Papa Francisco celebra este domingo, 20 de outubro, na Praça de São Pedro, às 10h30 (menos uma hora em Lisboa), contempla a canonização dos 11 Mártires de Damasco, de José Allamano, Elena Guerra e Marie-Léonie Paradis.

Aqueles que são conhecidos como os Mártires de Damasco são um grupo de 11 cristãos, mortos a 9 de julho de 1860, no convento franciscano onde se encontravam, na Síria, por se recusarem a abandonar a sua fé e se converterem ao Islão. Foram assassinados oito Frades Menores – Manuel Ruiz, Carmelo Bolta, Nicanor Ascanio, Nicolás M. Alberca y Torres, Pedro Soler, Engelbert Kolland, Francisco Pinazo Peñalver e Juan S. Fernández – juntamente com três leigos maronitas, irmãos biológicos – Francis, Mohti e Raphaël Massabki.

Será também canonizado José Allamano, sacerdote e fundador dos Missionários e Missionárias da Consolata. Os dois institutos missionários que fundou contam hoje com 896 missionários, e 471 missionárias, que estão presentes nos quatro continentes, em dezenas de países, que incluem a Coreia do Sul, Mongólia, Taiwan, Cazaquistão, Libéria, República Democrática do Congo, Madagáscar e Marrocos.

Francisco canonizará também Marie-Léonie Paradis, fundadora da congregação das Pequenas Irmãs da Sagrada Família, conhecida por ter dedicado a sua vida religiosa ao apoio material e moral dos sacerdotes, e por ter contribuído para melhorar a vida de doentes e de estudantes desfavorecidos. As religiosas da congregação que fundou trabalham hoje em mais de 200 instituições de educação e evangelização no Canadá, Estados Unidos da América, Itália, Brasil, Haiti, Chile, Honduras e Guatemala.

Duranta a celebração será ainda canonizada Elena Guerra, fundadora da congregação das Oblatas do Espírito Santo, também conhecidas como Irmãs de Santa Zita. Esta religiosa italiana falecida em 1914 ficou conhecida por ter dedicado a sua vida ao cuidado de pessoas doentes, à educação, à Teologia e à escrita, e por fundado uma comunidade de mulheres dedicadas à educação de meninas.

Os milagres que abriram caminho às canonizações

O milagre atribuído à intercessão de José Allamano envolveu a cura inexplicável de Sorino, na Terra Indígena Yanomami, em Roraima, no Brasil. O indígena foi atacado por uma onça no interior da floresta, e ficou com parte do cérebro exposta. As suas possibilidades de sobrevivência eram baixas, mas contrariando muitos diagnósticos médicos, Sorino recuperou sem problemas neurológicos, e pôde retomar a sua vida normalmente.

O Papa reconheceu também a recuperação inexplicável de uma recém-nascida atribuída à intercessão de Marie-Léonie Paradis, nascida no Quebec, no Canadá. A bebé tinha “asfixia perinatal prolongada com falência múltipla de órgãos e encefalopatia”. A beata Marie-Léonie foi invocada duas vezes: na segunda noite após o nascimento da menina e alguns dias depois. Dez dias após o nascimento, a bebé recebeu alta, sem que apresentasse qualquer problema de saúde. Hoje a mulher é professora de línguas.

O milagre pela intercessão da beata Elena Guerra ocorreu em Uberlândia, no Brasil. O caso envolve a recuperação de um enfermeiro que caiu do topo de uma árvore e ficou em coma, sem qualquer esperança de recuperação. Depois de 25 dias, o profissional de saúde saiu do coma. A sua família chegou a receber um parecer médico que indicava que a recuperação do enfermeiro “foi além da medicina”. No que aos mártires diz respeito, estes podem ser canonizados sem a necessidade de um milagre pós-morte, uma vez que o martírio é considerado uma prova suprema de fé pela Igreja Católica.

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